domingo, 5 de julho de 2009

Folhas soltas



Quero um arco-íris

Quero um arco-íris na minha túnica tumular
Onde as cores não gritem, mas soem como um saxofone emotivo,
Invadindo o pequeno universo feito de gente que sabe sorrir.

Quero que a minha última vontade se cumpra
Sem condolências, sem lamentos, sem suspiros.
Que cantem, que contem anedotas (se possível sem brejeirice),

Quero?

Não, não quero nada, porque já tive tudo nas minhas mãos
E agarrei a vida como o vendedor de balões,
Oferecendo-os a quem passava por mim,
É provável que alguns tivessem rebentado logo em seguida,
E, outros, que se escapassem dos dedos,
Mas alguns, muitos, penetraram no azul dos dias
E coloriram o céu para que todos os olhassem encantados.

O arco-íris, vesti-o eu sempre.
Talvez seja melhor… deixarem-me ir nua
Para que assim não me engane a mim mesma!

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