quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Lago

Chagal

Arpoo o teu corpo em assalto comedido
Quando te dispões assim estendido.
Navego nele como em lago misterioso
Sempre à espera de algo mais alteroso.

Não. Não é o mar que me ofereces,
É um lago parado onde me aqueces,
Onde as águas cinzentas de neblina estranha
Bordam as margens de terra castanha.

Ai como eu queria mergulhar mais fundo,
Penetrar até aos confins desse teu mundo,
Engolir contigo o sal que se mistura
Com o doce sabor de uma fonte pura!

Ai como eu queria ficar molhada de ti!
Aprender gestos e expressões que nunca vi.
Emerge depressa desse líquido protector
E vem mostrar-me o teu escondido calor!

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