sexta-feira, 5 de março de 2010

Quimera



Nunca me perdi em tão grande quimera.
Nunca sorri tão feliz na Primavera.
E no entanto, que posso eu esperar?
O Inverno não tardará a chegar.
Aprendo agora que a vida não tem idade
Tudo o que nos sobra é já felicidade,
Aprendo agora que o tempo não tem medida
Que o que importa é passar de vida em vida.

Já corri, já caí, já me feri e morri.
Deixa-me pois sentir que renasci!
A estrada que me leva levanta o pó
No passar da minha passada triste e só.
E eu tusso, choro e espirro alergicamente,
Quero ser feliz, mesmo que tragicamente.

Sê por algum tempo a chuva conciliadora
Que apaga a fogueira que me devora.
Sê depois o sol espalhado e generoso
Para que o azul do céu rebrilhe radioso.

Nunca. Nunca me tomou tanta loucura!
Nunca desejei ser tão sábia e tão pura!

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