domingo, 10 de maio de 2009

As dores


Isto de estar meio imobilizada é tremendo! Eu que gosto tanto de andar de um lado para o outro, de dançar com o meu neto ao colo, de brincar com ele no chão, sinto-me completamente frustrada.
Da maneira que eu tenho estado nem sequer posso estar sentada a fazer os meus trabalhos de malha. Na rua, os meus passos são curtos e hesitantes, no computador só posso estar alguns minutos de cada vez.
Só damos valor às nossas capacidades quando as perdemos, mesmo que seja por alguns dias. Falo por mim e falo por todos. O nosso tempo fica recheado de suspiros e pena de nós mesmos e, quando isso acontece, perdemos o contacto com o mundo exterior. Passamos o tempo a olhar para nós, egoisticamente, vitiminizando-nos.
Ninguém gosta de estar doente, pois claro! Mas o que dizer daqueles que vivem sempre doentes? Daqueles que nascem já com limitações e convivem toda a sua vida com dores atrozes? Nem nos passa ela cabeça o seu sofrimento! A dor é mais dor quando está mais perto, principalmente quando é nossa!
Quero reagir, sacudir de mim a pena, quero voltar a cirandar sem medo que a dor me faça parar. Tenho que pôr a minha mente a funcionar, a escolher o melhor que a vida me dá. Até lá recuso-me a lamuriar!

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