sábado, 11 de abril de 2009

Histórias de mimpara ti ou histórias mágicas de reais acontecimentos


Colibri

Era uma vez um menino como tantos outros meninos do mundo. Tinha os olhos despertos, os ouvidos apurados e uma boca rasgada em sorrisos.
Não me lembro da cor do seu cabelo, nem da sua pele, mas sei que as suas bochechas eram macias quando o beijava e, os cabelos de seda, bons de passar os dedos.
Eese menino tinha um nome, melhor, tinha dois nomes, um dado pelos pais e, outro que eu lhe dei. Colibri.
Sabem por que lhe pus esse nome? Porque o colibri é a ave mais pequena que existe, tem o tamanho de uma borboleta, penas coloridas e um bico comprido que enfia nas corolas das flores para lhes sugar o néctar. O colibri tem muita energia, bate as asas tão depressa que fica suspenso no ar. Ora o menino de que falo também sabia aproveitar as coisas bonitas da vida, força para lutar, sem magoar ninguém, e era muito alegre.
O menino cresceu, é o que acontece a todos os meninos! E encontrou na vida, homens diferentes de si. Uns eram seus amigos mas outros desprezavam-no por ele ser parecido com uma borboleta.
Colibri, apesar de ter crescido, de trabalhar para se sustentar, continuava a achar que o mundo era um jardim.
Um dia, um dos homens que não gostavam dele, inventou uma mentira muito grande sobre ele, envenenando todos à sua volta. Colibri deixou de andar de um lado para o outro a sugar o mel da amizade ficou doente, muito doente! No canteiro da sua casa e nos jardins da sua terra, as flores, deram por falta dele e, uma a uma, deixaram-se morrer.
Uma das fadas que o acompanhava desde que tinha nascido resolveu tomar conta dele. Levou-o pelos ares até ao maior jardim do mundo que fica no vale da sabedoria, entre as montanhas da Razão e da Paixão. Ao encontrar-se naquele lugar, Colibri ficou curado, beijou todas as flores e trouxe nas penas as suas sementes.
Quando chegou a casa, estava exausto, mas não descansou sem depositar em todos os canteiros e jardins que conhecia, as sementes que trouxera. A Primavera nem esperou por Março, veio logo no dia seguinte, e toda a gente ficou espantada com as cores e os perfumes novos que alegraram de novo as suas vidas.
Os homens que amavam Colibri, riam de contentes, e os que não gostavam dele, acabaram por aceitar a derrota porque não queriam ir contra a opinião da maioria.
Colibri morreu. Todos os colibris morrem um dia. Mas o seu nome ficou conhecido de toda a gente porque todos os anos, nascem centenas de flores na Primavera.
E, eu sei, que hoje há outros colibris que nasceram e continuam a enfeitar o mundo com a sua generosidade e simpatia.

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