sábado, 25 de abril de 2009

Telmo, o marujo

Hélio, o Guardião das Portas Sagradas

Ele sorriu, passou sobre os meus olhos a palma da sua mão, e logo, uma brisa fresca e húmida me roçou!
Quando abri os olhos, estava pisando a areia dourada de uma praia beijada por ondas de espuma branca. Um grande sol amarelo estendia os seus raios sobre a superfície líquida azul e emprestava-lhe reflexos prateados.
Despi a túnica e corri para ele. Mergulhei de cabeça e quando emergi nadei furiosamente por todo o seu comprimento. Voltei a mergulhar e misturei-me com os cardumes que por ali passavam, afaguei cautelosamente alguns corais, só subia quando o meu fôlego se esgotava e nessa altura, lançava para o ar gritos selvagens de pura alegria.
Só depois de muito cansado é que regressei para junto do Guardião e me estendi no areal recebendo em cheio o calor meigo do meu astro amigo.
-Hélio, que mais posso eu desejar para estar em inteira harmonia com o Cosmos?
- Não sejas precipitado Telmo, volta aos poucos à tua consciência e vê dentro dela outros momentos de felicidade.
Virei-me de borco escondendo a cabeça nos meus braços, fechei os olhos e respirei com lentidão. Senti-me elevado.
Um alvoroço imenso veio até mim. Era um cais repleto de gente numa cidade que eu vagamente reconhecia. Deslizei até à amurada do navio em que me encontrava. Havia mais elementos da tripulação. Do outro lado do cais podia aperceber-me dos brados e acenos de familiares. Dada a ordem de desembarque, desci a prancha e pisei… a minha velha cidade.
- Hélio! - Gritei, como se tivesse acordado de um sonho. - É este o meu futuro?
- Está na hora de regressarmos, meu filho, vem, vem conhecer a minha esposa. Ela te dará a chave do teu destino.
Ergui-me e, como um rapazinho, falei de todos os meus sonhos, de todos os meus sentimentos, de todas as coisas que tinha guardado dentro de mim em todo aquele tempo que tinha vivido com os Seguidores.












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