domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dórdio Gomes
6. Contornando as costas de um país em cujas montanhas nascem rios que alimentam o mar que o semi-circunda, eu sinto-me essência do Império por descobrir. Sou uma habitante de um mundo de desejos por saciar!
Há uma imensidão para lá de mim, um espaço que me leva a todos os lugares que me abraçam quando chego.
Há um mistério denso que me recebe por entre ravinas e meandros e me acolhe no seu regaço morno.
Quase ilha, este país!
Quase ilha este rectângulo que semelha o rosto do continente! É por essa razão, que todos nós aqui, sentimos que tudo nos aperta e liberta, e eu vivo aqui!
Somos como pontos que pontilham as linhas das fronteiras, tão frágeis, tão débeis, mas ao mesmo tempo tão precisos.
País de viagem em que todos somos marinheiros, pelo menos através dos sonhos.
País de procura onde as respostas nos devolvem dúvidas.

E eu sou. Sou dele, inteiramente!
Porque nele me sustento como animal anfíbio. Porque são dele os sons que se reconhecem nas minhas palavras. Dele, apenas dele, é a areia das praias onde ouso estar viva.
País de partidas e chegadas, cais onde atracam fantasias.
Sou dele, como navio!
Ah estrela do novo dia, deixa-me vestir toda esta saudade que ele me dá!

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