domingo, 8 de fevereiro de 2009

Rubens
7. A horrífica intenção dos fados transformou no meu país, as avenidas em vielas de dor.
Um fado de palavras tão amargas, tão acres que o doce mel as não disfarça!
A culpa procura-se. Como se ela desbastasse as farpas da verdade!
E o medo? Esse mascara-se de obediência e simpatia.
O temor é tão escondido e sangrador que eu choro por dentro ainda, sem saber por que razão.
Apertam-se-me os músculos tensos no corpo, o sangue corrupia dentro de nós, o suor erupta de todos os poros, a língua seca e incha. E fica-se à espera, sempre à espera, em estado de alerta.
Quando por fim o momento chega, é como se tudo estivesse já acabado, é a espera que nos une!
E o fado que os deuses nos ensinaram, continua dolente, indiferente, a todos os actos e consequências. Sem nada que o desvie da rota destinada.
Que importa que o sol amanheça cintilante ou se vista de nuvens cinzentas?
Basta que o medo tenha lugar na construção de uma pátria!

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