sábado, 7 de fevereiro de 2009

maurice de Vlaminck
3. Acabo de acordar…ou de adormecer.
De qualquer das formas tive um sonho!
As folhas dançam o bailado do vento no chão e no ar, rodopiam sobre mim, borboletas sem alma no encanto de rodar.
Amarelo, vermelho, cobre e castanho, estalar desprendido em outonal ode benzida.
Esquivas silhuetas de animais bravios saídos de suas tocas, lugares escusos prenhes de vida, sussurros de maternal confidência.
É este o cenário terreno que me enlaça o espírito em ascese,
Emissão cósmica e cúmplice da paz que se acama no meu peito. Estado consciente onde alinho palavras de expressão que legendam o meu pensamento vagabundo.
É desse lugar que às vezes nascem os meus versos emoldurados de madeira tosca e sem adornos. Nascem pintados de lágrimas e deslizam calidamente para sossego do meu corpo.
Sou um Outono.
Outono escorado nas traves a que o tempo limou arestas vivas de inquietação.
Outono de sono profundo que a noite invernará um dia.
Sonho vestida de plumagens.

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