domingo, 22 de março de 2009

Histórias de mim para ti ou histórias mágicas de reais acontecimentos


O Mago

Era uma vez um mago, grande, do tamanho de uma montanha, cujas ravinas deixavam escorrer um rio de barbas brancas. Era um mago, com um coração tão duro e frio quanto o granito dessa montanha.
Este mago tinha um castelo de cor cinzenta, no meio de rochedos cinzentos e, vivia acompanhado de aves cinzentas, do mesmo cinzento da lama que cobria o chão e que os seus pés pisavam.
Num dia de Inverno, o Sol despertou mais cedo e as aves, acordando sobressaltadas, tão atarantadas ficaram que voaram para além de tudo o que era cinzento.
Ao planar nos territórios vizinhos, descobriram as cores salpicadas em todos os campos. Curiosas, debicaram as sementes e na pressa de regressarem, trouxeram outras por entre as suas penas. Pelo que ao chegarem ao território do mago, as deixaram cair sem querer na terra ávida de vida.
Quando a primavera chegou, o mago rabugento, encostou-se ao parapeito da janela e viu um arco-íris espalhado por todo lado. Ao contrário do que possam pensar, o mago não sorriu nem se encantou, nem felicitou a Natureza, ficou tão irado que deixou o seu coração estalar e morreu ali mesmo.
É por isso que hoje, por entre o verde e as flores de uma floresta, ainda se vêem, grandes blocos de granito espalhados pelo chão.

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