terça-feira, 13 de janeiro de 2009


Somos acima de tudo pessoas. Eus individuais com características próprias, umas inatas e originais, outras, fruto da sociabilização a que fomos expostos.
A grande dificuldade é conciliar o que somos com aquilo que o grosso da sociedade nos exige. Cumprir regras, às vezes, torna-se tão violento que nos fere os princípios e os valores, e isso, alimenta o conflito interno ou leva-nos a uma certa marginalização.
É verdade que não podemos aceitar ser ferramentas de produção, elos de uma cadeia acéfala, números estatísticos, meros figurantes de uma opereta de gosto duvidoso. É verdade que ninguém se sente bem a vestir os trajes conceptualizados pela opinião pública ou a vontade politica daqueles que cobiçam apenas o bem-estar económico em detrimento do bem-estar psico-social da humanidade em geral, mas… vivemos aqui!
Se uma barriga vazia não racionaliza, também é certo que na digestão difícil das refeições opíparas, nos tornamos indolentes e indiferentes à causa dos outros e ao exercício do pensamento existencial.
Actualmente vivemos numa espécie de torpor e tudo aponta que o mundo ainda nos proponha uma forma de estar ainda mais inerte e conformada!
Quando o Homem deixa de pensar em si como um ser potencialmente criador e afectivo, torna-se o animal mais frágil da Natureza, numa espécie de vida vegetativa, um instrumento nas mãos dos interesses mais obscenos e materiais.
Que herança legaremos aos vindouros, se a nossa oferta é já um produto sem qualidade e conspurcada pela negligência?

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