Ás vezes!
Ás vezes sinto-me pérola esquecida
Na concha da ostra levada pelo mar
Até à praia de grãos de areia.
Ás vezes sinto-me erva humilde
Arrastada pelo chão, maltratada,
Esvoaçando no beato esquecimento.
Ás vezes sinto-me mulher-mulher,
Passando rápida, despercebida,
Pela multidão em apatia.
Ás vezes!
Ás vezes o mundo é pequeno para mim
Ou, eu sou grande demais para ele.
Sem orgulho, sem modéstia,
Eu sinto que estou vivendo
E que vivendo me recorda
O que se pode viver ás vezes!
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